domingo, 3 de junho de 2007

gothic life1

gothic life:

O UNIVERSO GÓTICO A VIAGEM :


1- O TERMO GÓTICONossa viagem começa pela definição lingüística desse termo, gótico é um adjetivo derivado da palavra latina “gotticus” (século XIV). Significa “aquilo que é relativo ou pertence aos Godos”. Godo por sua vez vem de “gothus”, uma antiga tribo germânica que entre o século III e V invadiu os impérios ocidentais e orientais da Europa, fundando reinos na Itália, França e Espanha. 12-AS ORIGENS HISTÓRICAS Historicamente os Godos situam-se entre os povos bárbaros da linha dos GERMANOS que invadiram progressivamente o Império Romano Ocidental, quebrando no século V a antiga unidade da Europa. Esta fixação de reinos bárbaros na Europa configurou-se como a queda do Império Romano Ocidental (476), a data também marca o início do período denominado como “Alta Idade Média”. 2 O desenvolvimento cultural do povo Godo manifestou-se através da escultura, pintura, música, literatura e sobre tudo na Arquitetura, gerando o denominado “estilo gótico” (apesar de ser considerada, por alguns críticos, como uma denominação não precisa.) (século XII a XVI) Sucedendo-se ao estilo românico, a arquitetura gótica caracteriza-se pelos arcos ogivais e as perspectivas verticais, sobre tudo nas igrejas e catedrais. Destaca-se neste estilo gótico as Catedrais de “Chartes, Reims e Paris”. Toda produção artística deste período ficaria marcada pela profunda influência religiosa nas concepções do homem medieval. 33-O GÓTICO E A RENASCENÇAO denominado “estilo gótico” consolidou-se entre o século XII e XVI, períodos que seriam visitados constantemente pelas gerações futuras. Durante a renascença (século XV e XVI) a paixão da fé medieval e a visão carregada e melancólica do mundo foram substituídas progressivamente pela inspiração no equilíbrio e na estética da antiguidade clássica. O gótico não desaparece do cenário europeu, a temática funde-se a mitologia greco-romana e a valorização do homem levaria ao racionalismo. A Renascença consagraria o espírito crítico e o desenvolvimento da racionalidade científica, opondo-se frontalmente aos dogmas absolutistas da fé católica. 44-O ROMANTISMO DO SÉCULO XIX E O RESGATE DO GÓTICO MEDIEVALNo início do século XIX uma corrente de escritores e artistas procuram se afastar das regras clássicas impostas pela visão racionalista. Rechaçando os valores da antiguidade clássica e o racionalismo, o movimento valoriza a predominância da sensibilidade e da imaginação sobre a razão. 5No núcleo do romantismo, seja qual for a vertente visualizada, encontraremos a vida sob um prisma caótico. Explorando aspectos obscuros da alma humana os autores do romantismo questionam as convenções sociais, desafiam os poderes estabelecidos, convidam seus leitores a explorarem o lado menos agradável, mas não menos real da vida em sociedade. As influências dessa forma peculiar de visão necessariamente visitam e revisitam o ambiente gótico medieval e irradia-se por obras de todos os gêneros: o romance; o fantástico; o conto de terror e até mesmo a ficção científica. Os questionamentos do “eu” sobre a vida fazem-se presentes, os personagens são introspectivos e sempre conversam muito consigo mesmos. A expressão é uma regra que fornece contornos distintos às coisas da vida, da morte e do além. Entre nós, há uma forte inclinação pelos poetas do ultra-romantismo (também chamado “mal do século”, dentre os quais destacamos Álvares de Azevedo; Junqueira Freire; Lourenço Rabelo; Casimiro de Abreu e o Pré-Modernista Augusto dos Anjos. 5-ROMANCE GÓTICO: O EMBRIÃO Se vasculharmos o século XIX o que não deixaremos de encontrar são textos carregados com traços e influências góticas, todavia, façamos aqui uma pequena referência a algumas obras e autores de notória influência sobre as produções culturais do século subseqüente e, consoante ao propósito central desta curta abordagem. Uma boa viagem por esta estrada começa por FRANKENSTEIN de Mary Shelley (1816). Destaca-se pela polêmica em torno da transgressão da ordem natural e divina, passando pela inexorável discriminação da estética do horrível e a prematura discussão em torno das atuais experiências genéticas. 6Edgar Allan Poe dispensa maiores comentários: impossível entender o que é gótico sem ler “A Queda da Casa de Usher”; “O Corvo” e “O Poço e o Pêndulo”. 7 Derradeiramente não podemos deixar de mencionar “Dracula” de Bram Stoker, talvez o romance de maior influência até os dias de hoje. 8Para não ir longe demais, Dracula é o segundo personagem mais filmado na história do cinema com 160 filmes, seguido por Jesus Cristo na 3ª posição com 135 filmes e por Frankenstein na 4ª com 110. Observa-se antecipadamente, que a influência do estilo gótico explodiria com o surgimento do cinema no século XX. 6- OS GÓTICOS E A IDENTIFICAÇÃO COM VAMPIROSDracula é genuinamente um romance gótico, todavia, necessário se fez algumas considerações sobre a peculiar identificação dos Góticos com o príncipe das Trevas. O romance Dracula foi totalmente desenvolvido e aclimatado numa atmosfera gótica, mas muito além disso, observa-se que o comportamento do vampiro é a própria síntese do universo gótico. Tal qual um vampiro, é na noite que os góticos desenvolvem o Máximo de sua capacidade de expressão. Dracula é essencialmente um ser introspectivo, angustiado com a sua própria condição existencial, ele vive inserido no contexto social isolado nos castelos ou nos porões. 9 A imagem angustiada e apaixonada do solitário vampiro traduz com fidelidade os sentimentos daqueles que mesmo inseridos no contexto social, vivem entre as luzes e as trevas. Além do visual, estes e outros elementos praticamente definem a identificação dos góticos com o vampiro.7-O ESTILO GÓTICO E O CINEMANesta rápida viagem pelo Universo Gótico chegamos ao século XX e obrigatoriamente temos que dar uma passada pelo cinema Expressionista Alemão. Sem demérito algum às demais escolas cinematográficas, é bem pouco provável que outros clássicos produzidos pelo cinema representem com tanta propriedade o estilo gótico contemporâneo, como aqueles produzidos pelo movimento Expressionista alemão. Filmes produzidos na primeira metade do século XX como “Nosferatu”, “O Gabinete do Dr. Caligari”, “Metrópolis” entre outros, são clássicos obrigatórios para a compreensão deste movimento. 10

2 comentários:

Cat disse...

Heil to your soul!

Muito interessante, tens realmente uma vasta história do Goticismo, é sempre bom saber que alguém se interessa pelas origens!

vou referenciar o teu blog no meu se não te importares ...

* + * + *

Anônimo disse...

gostei do teu blog ,
tem muitas informaçoes sobre a origen gotica
e e isso q impo
rta